segunda-feira, 26 de outubro de 2009

O Amolador



É amolador desde os 15 anos, seguindo os passos do avô. Quem for cá do burgo não deixará de reconhecer o som da sua gaita, cujo som agudo sibila e ecoa por entre os prédios, anunciando a passagem do prestador de serviços que afia os instrumentos cortantes domésticos e repara guarda-chuvas pela módica quantia de €1.
Empurrando a sua motorizada, percorre silenciosamente as ruas, apenas anunciado pela inconfundível gaita. Lembro-me perfeitamente da sua antiga pasteleira e penso que, sendo para empurrar, talvez fosse melhor que a actual Casal. Mas a lógica do negócio é imperdoável: com a mota vai mais longe! Viana do Castelo, Esposende, Apúlia, Póvoa de Varzim, Vila do Conde, Famalicão, Póvoa de Lanhoso, todas recebem a visita do amolador gaiteiro. No entanto, o amolador queixa-se da falta de negócio, principalmente na reparação de chuços, dado o espírito perdulário vigente nesta época levar as pessoas a deitarem fora o que tem reparação (talvez pensem que seja demasiado caro) para comprar novo. Do alto dos seus mais de sessenta anos, o conselho sábio de poupar e guardar as coisas velhas, porque no poupar está o ganho e nunca se sabe o dia de amanhã.
O Amolador tem também uma actividade paralela, como podem verificar no seguinte vídeo:


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sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Eu é que shou o Preshidente da Shunta!

... Ou a democracia no poder local, poder-se-ia chamar este post!
O passado dia 11 de Outubro fomos a votos eleger os nossos governantes locais, como ainda se devem recordar. Quer dizer, fomos os que fomos, porque muitos estão longe dos círculos onde estão recenseados, há quem esteja acamado e não queira incomodar o CNE e o Presidente da Câmara para recolher o seu voto (é verdade, vão ver) outros não sabem nem querem saber e ainda há os que têm raiva de quem sabe.
Mas há freguesias imbuídas de um espírito democrático tal que, por exemplo, dos 179 eleitores inscritos foram a votos 145, sendo que os restantes estavam imigrados ou em parte incerta. Uma taxa de abstenção de 19% que, ponho a minha cabecinha num cepo, julgo representar a taxa de abstenção zero, ou seja, mesmo que toda a gente que pode votar o vá fazer, ainda vão existir cerca de 20% que, por um motivo ou por outro, não o faz (onde se lê "um motivo ou por outro" leia-se "ter aversão a votar"). Coisas do género "está emigrado", "agora mora noutra cidade mas ainda está recenseada aqui", "está preso", etc.
Mas, infelizmente, estou a enganar o leitor. Não existe neste país tal terra transbordante de espírito democrático. A situação que descrevi retrata um sítio como muitos outros, repleta de espírito caciquista. Vejam lá se esta situação vos é familiar:
O presidente da junta em funções, novamente candidato, alegadamente terá usado a junta em proveito próprio, fazendo obras para seu benefício usando dinheiros públicos, empregando pessoas sem vínculo laboral e sem benefícios sociais com dinheiros públicos, financiando "convívios" populares com dinheiros públicos, etc. O seu programa eleitoral foi algo do tipo "só prometo que não prometo nada" e a campanha foi a disseminação de uma série de boatos sobre o candidato rival. Tinha as costas quentes por parte da câmara municipal, da mesma côr política.
O candidato desafiador, pessoa revolucionária de corpo e espírito, apresentou um programa eleitoral de fazer inveja aos partidos do bloco central (achei um pouco excessivo pela quantidade, mas não pela qualidade das ideias, deduzi que fosse um programa de fundo). Fez comício em cima do reboque de um tractor na praça da aldeia (sem assistência, se não contarmos o pessoal que estava na esplanada próxima). Denunciou os actos do rival, que nem respondeu a um convite escrito para um debate público.
Quem foi votar foi practicamente levado ao colo pelos candidatos desde casa até à junta de freguesia. Votou de acordo com a família e importância económica do candidato (coisas como "votas em mim ou despeço-te" funcionam muito melhor do que "vota em mim para bem da freguesia").
O resultado foi esmagador. O candidato revolucionário perdeu por 50 votos, pelo que se deduziu que só a família votou nele. Prometeu uma oposição feroz na mesa da assembleia da junta. Festejou a mudança do poder na câmara municipal para o seu partido. O candidato vencedor deixou de festejar quando soube deste facto.
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Macro

Introduzi-me recentemente no mundo da fotografia macro (ou micro, para os preciosistas que gostem de lançar confusão contra as convenções). Quem já anda nestes meandros há mais tempo bem se pode rir, mas a verdade é que nunca me interessei por este tema e por isso só agora comecei a aprender a utilidade de tubos de extensão, anéis inversores e outros que tais. Muito graças a uma promoção comercial (é me tão difícil resistir a uma pechincha), adquiri uma Zuiko 35mm f3.5 Macro para a minha Olympus. Na internet podem ver muitos testes e ensaios a esta lente, mas resumo as conclusões a uma excelente qualidade de imagem, construção correcta e muito leve, capacidade de reprodução macro 1:1 (2:1 em equivalente 35mm) e um preço muito abaixo da concorrência. O único problema até agora parece ser a quantidade de pó que agora me apercebo em todo o lado. Vou ter que tirar fotos só fora de casa ou então esconder isto tudo da patroa...
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terça-feira, 13 de outubro de 2009

A espera

Todos já lá passámos, ou iremos passar. A espera é terrível. A espera de notícias, boas ou más. O tempo demora-se na sala de espera, espreguiça-se, entretém-se nos cartazes afixados nos quadros de corticite com pioneses com cabecinhas de plástico colorido descasadas, sugere a hipótese de ligar a televisão, remota dado o pequeno aviso vermelho com letras brancas para não tocar em tão insólito aparelho. A espera leva a especular nos procedimentos cirúrgicos, a consulta dos RX ou TAC sempre melhores, o vestir da bata, a esterilisação antes de entrar no bloco para receber o paciente. Ou talvez o paciente já lá se encontre, ele próprio à espera, à espera de ser afastado da realidade para não sentir o aço cirúrgico do bisturi, o afastar dos orgãos por mãos que buscam algo que não devia lá estar. O tempo também se demora enquanto prescruta o tecto do bloco, as luzes que o focam e destacam da penumbra circundante...
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sábado, 10 de outubro de 2009

Estrelas caídas


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Brinquedos


foto tasjaber
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Taxi quem?!?!



















foto tasjaber
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Relíquia industrial

foto tasjaber

Quem terá sido o iluminado que fez lei para salvar só as chaminés, de todo o património arquitectónico industrial? Parece que nos está a mostrar o dedo!
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Stairway to Heaven

Escadas mesmo a jeito para quem quer ir para o céu... (foto tasjaber)
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segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Leica S2



A Leica S2. Pode ser sua por cerca de €25.000!

O comentário de um comprador satisfeito:

I purchased this camera in lieu of paying rent on my apartment for 4 years, and believe me when I say it was worth it. I used the box that it came in as a hat and some other boxes for a home. It’s uncomfortable but the pictures I’ve taken of my new home are so sharp that you can see the fleas on the brick I use for a pillow. I can also take high detail pictures of my children (who I am no longer able to see due to court order resulting from gross negligence) from an acceptable distance. Highly recommended!

Taryn Simon

Taryn Simon

domingo, 4 de outubro de 2009

A distorsão da memória pela fotografia

Acabei de ver este link, que não resisto a partilhar. Podemos assistir a uma apresentação pela fotógrafa Taryn Simon, onde ela apresenta dois dos seus projectos. Um diz respeito a locais proibidos e o outro trata da alteração da memória individual através da fotografia. Gostei particularmente deste último e aconselho o visionamento do vídeo, com 17 minutos.
Realce também para o sítio www.ted.com. Dedica-se à divulgação de ideias válidas. Curioso(a)? Vá lá!