quarta-feira, 28 de abril de 2010

Apesar dos pesares...


Ainda mete respeito!
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Zuiko Digital 35mm f3.5 Macro

Alguns exemplos de imagens tiradas com a lente pechincha.
Todas à mão levantada e sem tirar proveito de 3/4 da capacidade de ampliação da lente.




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domingo, 18 de abril de 2010

Sejam espertos!


Mais um exemplo do urbanismo que temos: A urbanização da antiga fábrica de segmentos Pachancho, em Braga.
Localizada em local privilegiado de Braga, dentro da cintura rodoviária, a dez minutos a pé do centro da cidade, perto de tudo, não podia deixar de ser alvo de cobiça dos promotores imobiliários e outros especuladores e afins. Inexplicavelmente, esganaram a galinha dos ovos de ouro ainda o primeiro ovo espreitava.
Actualmente, existem prédios cuja construção foi abandonada ainda em fase de alvenarias. Existem prédios com meia dúzia de condóminos. Não foram realizados os arranjos exteriores, fora os passeios. Existem muitos apartamentos à venda, a julgar pelos stands de vendas que resistem ano após ano e pelo enorme outdoor de promoção de um agente imobiliário. Os preços de venda dos apartamentos novos caíram mais de dez mil contos de reis desde que as primeiras unidades foram colocadas à venda, pelo que ouvi. Os usados estão mais baratos, naturalmente.
Que se passou? Como é possível falhar com condições iniciais tão boas? ...?!?!?!?

O conjunto parece foleiro. A arquitectura dos prédios dá impressão de deja vu, na melhor das situações. No pior dos casos dá pena. A urbanização talvez seja densa demais, dados os parcos acessos. Fica a impressão que o conjunto não está à altura do nível que pretenderiam.
Não é possível deixar de reparar nos pavilhões do De Borla e do antigo Lidl. Estão mesmo ali à frente dos prédios, com os seus amplos parques de estacionamento totalmente alcatroados. O Lidl ainda deu uns ares de Pingo Doce durante uns tempos, mas foi só até abrir a loja junto da rotunda do Sá de Miranda, agora parece abandonado. Os arruamentos não têm lógica, ainda por cima se considerarmos a chicane impertinente que parece existir só porcausa dos lotes para os pavilhões comerciais. Apesar de larga, ninguém se atreve a estacionar lá. Ainda bem que quer estes quer as habitações não têm grande sucesso, porque senão os arruamentos não chegavam para as encomendas.
Espaços verdes, só se for nos baldios ou no cemitério, ali pertinho.

Será que o pessoal não foi a correr comprar casa porcausa da vizinhança dos defuntos?
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quinta-feira, 8 de abril de 2010

Guerra no Afeganistão

Lembro-me de ter travado conhecimento com o Afeganistão antes de saber que este se encontrava em guerra civil com os soviéticos à mistura, em plena Guerra Fria e reinado de um actor medíocre que chegou um dia a presidente do mais poderoso país do mundo.
Enquanto criança, folheei a edição n.º 120 de Setembro de 1977 da revista Photo (não é memória fotográfica, ainda tenho a colecção de Photo's que palmei ao velhote e, além disso, voltou a ser artigo na edição n.º 389 de Maio de 2002 que comprei por coincidência). Assim travei conhecimento com as fotografias de Roland e Sabrina Michaud, pelo que as minhas primeiras memórias do Afeganistão não são de um país devastado pela guerra e pela miséria humana mas sim de um país em paz e possuidor de uma cultura milenar e diversificada, de um povo orgulhoso e hospitaleiro.
O Afeganistão, como qualquer país possuidor de uma longa história e/ou localizado em encruzilhadas geográficas e/ou culturais, não tem uma história perfeitamente pacífica. Mais invadido que invasor, assistiu ao seu quinhão de passagens de exércitos de grande conquistadores, cruzadas religiosas e lutas de poder. Mas foi persistindo.
Desde que os ingleses perderam o seu interesse no país como tampão do expansionismo do Império Russo em direcção à Índia, e chegaram à conclusão que bombardear revoltosos (pobres desgraçados armados com escopetas de carregar pela boca) usando bombas de gás mostarda atiradas de aviões não pagava a gasolina que os velhos biplanos gastavam, a coisa lá foi indo em paz.
Até que um pequenino golpe de estado practicado em Kabul por um qualquer partido de inspiração marxista-leninista atraiu o interesse dos soviéticos, e por consequência dos ianques. Estes, em mais uma prova da sagacidade que lhes conhecemos, resolveram apoiar os principais revoltosos contra a doutrina sacrílega dos comunistas, uns aceitavelmente misóginos fundamentalistas que tais. Deram-lhes dinheiro, armas, treino militar e apoio dos serviços de espionagem.
Dez anos depois de entrarem no país, os soviéticos foram-se embora cansados de levar no toutiço e deixando um país em ruínas, dominado por senhores da guerra que não existiam no início de 1979. Deixaram também um tal de Osama sem saber o que fazer da vida a seguir.
O resto toda a gente se lembra. Guerra civil sem grande interesse para o Ocidente, zunszuns de um oleoduto, 11 de Setembro de 2001, invasão norte-americana, digo, Nato e mais oito anos de guerra sem fim à vista.
O que chateia, no meio disto tudo, é que até ao 11 de Setembro nós, os europeus, sempre achamos que éramos um nadinha melhores que os estadounidenses porque na verdade amávamos a paz, tínhamos aprendido a lição da 2.ª Guerra Mundial, descoberto o caminho da prosperidade dos povos através da união económica e política, etc.
Tretas. Quando tivemos genocídio a poucas centenas de quilómetros de Bruxelas, não fizemos nada. Agora andamos em guerra há oito anos a defender uma porcaria dum oleoduto a milhares de quilómetros e ninguém se chateia. Sabem porquê? Porque só vai quem quer. Depois do SMO, abolido para gáudio de uma cambada de pacifistas-carneiristas que não se aperceberam que a única coisa que impede uma democracia de andar à estalada pelo mundo fora é precisamente o mau estar criado à maioria que não quer ir mas que não se importam que os outros vão. Assim, o facto das forças armadas portuguesas manterem as fileiras graças a pessoal sem alternativa de emprego e mercenários ansiosos por embolsarem um salário de resto inacessível ao cidadão comum, não nos causa impressão. O facto de andarmos lá a defendermos pelas armas os mesmos interesses que nos tramam cá, sem fim à vista, também não. Vá se lá perceber.

Se, depois de lerem este post, ainda tiverem paciência para se inteirarem mais do que realmente andamos a fazer aos afegãos e a nós próprios, vejam estes pequenos documentários disponíveis on-line em http://rethinkafghanistan.com/videos.php

Paz.