domingo, 20 de setembro de 2009

...1, 2, esquerda direita...

Aqui atrasado (sei que os nossos compatriotas alfacinhas deliram com esta expressão, por não lhe encontrarem sentido e ser tão nortenha) estava à conversa com o meu velhote, antigo crítico feroz do Dr. A. O. Salazar mas seu admirador mais recentemente, para meu desespero. E ele saiu-se com uma que levei para cogitar em casa. Depois de avaliada e aprovada, passo a partilhar:

A Esquerda Portuguesa (não confundir com socialismo) pretende a pobreza em Portugal, para manutenção da sua base eleitoral.

Na perspectiva desses senhores, que de socialistas têm pouco, um pobre, quando deixa de ser pobre, passa a ser cioso da sua propriedade, e logo, passa a ser de direita. Portanto, deve-se desencorajar os pobres a deixarem de o ser, e talvez até convencer os menos pobres a o serem mais.

Daí a justificação para a existência dos rendimentos mínimos, complementos solidários, subsídios avulsos, salários mínimos mesmo mínimos e médios bem baixinhos, ausência de contribuições e de taxas moderadoras e outras, abonos, os 13º e 14º mês (autênticos incentivos ao consumo - um mês para as prendas de Natal, outro para as férias de Verão), os descontos ferozes ao salário dos trabalhadores mas escondidos da sua percepção (falo dos 26,5% do salário base que é o patronato a contribuir, mas que no fundo é o trabalhador que contribui e nem sabe), e outras artimanhas e habilidades que se destinam unicamente a habituar a população a uma vida de pobreza de espírito e da carteira, com a mão estendida ao estado ditatorial democraticamente legitimado pelos seus votos dependentes.


1 comentário:

  1. Está bem bom, o artigo; e quase adivinho quem é o velhote cheio de razão nas suas observações e análise. E já agora, questiono porque é que as pessoas cá do rectângulo ainda andam cheias de vergonha em assumir que com esquerdas destas não vamos a parte nenhuma...
    Sabem de cor a lenga-lenga "...sentado à direita de Deus pai..." e depois alapam-se à esquerda e nem sempre por uma questão de respeito...

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