terça-feira, 13 de outubro de 2009

A espera

Todos já lá passámos, ou iremos passar. A espera é terrível. A espera de notícias, boas ou más. O tempo demora-se na sala de espera, espreguiça-se, entretém-se nos cartazes afixados nos quadros de corticite com pioneses com cabecinhas de plástico colorido descasadas, sugere a hipótese de ligar a televisão, remota dado o pequeno aviso vermelho com letras brancas para não tocar em tão insólito aparelho. A espera leva a especular nos procedimentos cirúrgicos, a consulta dos RX ou TAC sempre melhores, o vestir da bata, a esterilisação antes de entrar no bloco para receber o paciente. Ou talvez o paciente já lá se encontre, ele próprio à espera, à espera de ser afastado da realidade para não sentir o aço cirúrgico do bisturi, o afastar dos orgãos por mãos que buscam algo que não devia lá estar. O tempo também se demora enquanto prescruta o tecto do bloco, as luzes que o focam e destacam da penumbra circundante...
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