segunda-feira, 26 de outubro de 2009

O Amolador



É amolador desde os 15 anos, seguindo os passos do avô. Quem for cá do burgo não deixará de reconhecer o som da sua gaita, cujo som agudo sibila e ecoa por entre os prédios, anunciando a passagem do prestador de serviços que afia os instrumentos cortantes domésticos e repara guarda-chuvas pela módica quantia de €1.
Empurrando a sua motorizada, percorre silenciosamente as ruas, apenas anunciado pela inconfundível gaita. Lembro-me perfeitamente da sua antiga pasteleira e penso que, sendo para empurrar, talvez fosse melhor que a actual Casal. Mas a lógica do negócio é imperdoável: com a mota vai mais longe! Viana do Castelo, Esposende, Apúlia, Póvoa de Varzim, Vila do Conde, Famalicão, Póvoa de Lanhoso, todas recebem a visita do amolador gaiteiro. No entanto, o amolador queixa-se da falta de negócio, principalmente na reparação de chuços, dado o espírito perdulário vigente nesta época levar as pessoas a deitarem fora o que tem reparação (talvez pensem que seja demasiado caro) para comprar novo. Do alto dos seus mais de sessenta anos, o conselho sábio de poupar e guardar as coisas velhas, porque no poupar está o ganho e nunca se sabe o dia de amanhã.
O Amolador tem também uma actividade paralela, como podem verificar no seguinte vídeo:


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